10 de julho de 2013

Estação Cabo Branco recebe exposição “Egito sob o Olhar de Napoleão Bonaparte”



 Livros, gravuras e peças raras da expedição “Egito” de Napoleão Bonaparte estarão expostas na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no altiplano, em João Pessoa. A exposição será aberta para visitação pública nesta quinta-feira (11), às 9h. Um dia antes (10) haverá um coquetel de abertura apenas para convidados.
A exposição, intitulada “O Egito sob olhar de Napoleão” está inserida na programação de aniversário de 5 anos da Estação Cabo Branco e prossegue aberta até o dia 29 de setembro, sempre de terça a sexta-feira das 9h até 21h e sábados, domingos e feriados das 10h até 21h, com entrada gratuita.
“O Egito sob olhar de Napoleão” faz parte da Coleção Itaú Cultural, com curadoria local da artista plástica Lúcia França e curadoria geral do arqueólogo Vagner Carvalheiro, que no dia da abertura ministrará palestra, às 16h, sobre a linha curatorial e explica a empreitada feita pelos franceses a 115 interessados, no Auditório 3.
         Das 35 peças exibidas, 21 fazem parte de Description de l’Egypte, coleção publicada em Paris entre 1809 e 1822, que descreve a expedição científica e militar liderada pelo general Napoleão Bonaparte àquele país do Oriente. A obra é reconhecida como o mais importante estudo erudito europeu do Egito antigo e moderno. Os livros acompanham 14 reproduções fotográficas das matrizes em cobre pertencentes ao Museu do Louvre, em Paris.
         Organizada em cinco seções: Cartografia, Religião, Arquitetura, Egito Moderno e História Natural, a exposição apresenta 13 dos 21 volumes da Description de l’Egypte, com gravuras e alguns com mais de um metro de altura, abertos em página fixa, dentro de uma vitrine. Conta, ainda, com um dos dois livros publicados pelo artista e barão Dominique Vivant Denon (1747-1825). A exposição traz também um cronograma dos principais eventos da campanha napoleônica no Egito, além de 13 telas com imagens dos livros que podem ser manuseadas pelos visitantes.
         O material em exposição foi produzido durante a viagem que Bonaparte fez em 1798 para o Egito, com uma força militar de mais de 55 mil homens e uma comitiva de 167 estudiosos entre artistas, gravadores, escultores, impressores, arquitetos, astrônomos, geógrafos, químicos, engenheiros de várias especializações, matemáticos, economistas, médicos, botânicos, zoólogos, orientalistas, escritores e intérpretes. Muitos dos estudiosos que viajaram para o Egito eram integrantes do Instituto da França, dentre eles o zoólogo Étienne Geoffroy Saint-Hilaire (1772-1844) e o inventor Nicolas-Jacques Conté (1775-1805), encabeçados por Denon.
         O barão seguiu pelo alto Egito e fez uma série de esboços das ruínas. O general reconheceu a importância do registro e pediu aos cientistas que medisem e desenhassem os monumentos. Dessa forma, Bonaparte formou a bases de Description de l’Egypte, que acabaria dirigindo a atenção do mundo para o Egito Antigo, desembocando nos modernos estudos da história. Em 1802, Denon publicou o livro Voyage Dans la Basse et la Haute Egypte que depois foi traduzido para o inglês.
         Ao mesmo tempo, o francês Edme François Jonard organizava Description de l’Egypte, publicada em 1809. Enquanto isso, Jean François Champollion, mais tarde conhecido como o “pai da Egiptologia”, descobriu a chave para decifrar os textos em hieróglifo da Pedra da Rosetta desenterrada pelo exército em 1799. Esta descoberta permitiu aos sábios ler a antiga linguagem, o que levou a uma nova compreensão da história do Egito.
         A mostra já foi exibida no espaço expositivo do instituto, no Museu Nacional em Brasília e mais recentemente no Espaço Cultural Unifor, em Fortaleza. “Apresentar um recorte tão importante deste acervo reafirma o compromisso da instituição com o público de democratizar o acesso à arte e a cultura”, observou o diretor do instituto, Eduardo Saron.

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