Dois
atores, interpretando dois atores, que também são dois palhaços, e que
por sua vez dão vida aos clássicos personagens de um dos contos de fadas
mais lidos e vistos de todos os tempos A Bela Adormecida.
Nesse
processo que se desdobra a partir de um estudo sobre os arquétipos da
trama em questão deram margem para um aprofundamento subliminar a
respeito dos fatores psicológicos das figuras dramáticas.
Em
Aurora, não existe um comprometimento com a dramaturgia, mas uma
liberdade de criação, que parte em premissa da forma com que o diretor
conduz a montagem. Trata-se mais uma vez de reconstruir a fábula já tão
conhecida do universo infantil e que permeia ainda a imaginação de
muitos adultos. As figuras do Branco e do Augusto, típicas das esquetes
do circo tradicional, também são imperceptíveis no espetáculo, ambos se
misturam de tal forma que as escadas se intercalam de forma simultânea.
Acorda,
Aurora! A comédia, surgiu de uma fórmula trazida pelo diretor que é
Capixaba, das animações de festas que faziam na Rataplan ainda na cidade
de Vitória- ES. Por serem provindos do teatro, Isaú e sua trupe
precisavam inovar, recriar a recreação.
Então,
em uma dessas festas infantis, onde o tema era A Bela Adormecida, Isaú e
sua trupe resolveram improvisar uma pequena peça teatral. Foi aí que o
grande feeling das montagens da Cia, feitas até hoje, surgiu. Solucionar
diversos personagens, uma grandiosa cenografia, castelos medievais,
reis, rainhas, príncipes e princesas, fadas e bruxas malvadas e ainda um
dragão de sete cabeças numa festa infantil num curto espaço de tempo.
Dois
atores, um baú com diversos adereços e figurinos usados em outros
trabalhos no teatro, um pequeno cenário feito de canos PVC forrados com
alguns tecidos e muita IMAGINAÇÃO.
Surgia
então a RECRIAÇÃO! A receptividade da improvisação feita pelos atores
naquela festa infantil, surpreendeu não apenas pelo indiscutível talento
dos atores, mas também pelo inesperado encantamento dos pais das
crianças que literalmente vibravam e gargalhavam das gag’s improvisadas
pela trupe para solucionar todas as dificuldades de transições de cenas e
revezamento de tantas personagens. A Cia começou a ser contratada para
repetir aquela “peça” em outras festas infantis, mas o desejo partia
agora dos adultos.
Essa
nova onda foi tomando forma, e a Cia logo se transmutou, além de levar
as personagens de acordo com a decoração, fazia-se uma peça dentro da
festa, desvendando os segredos do outro lado da ribalta.
Agora
o espetáculo ganha uma nova roupagem, mais rica, mais detalhada e mais
trabalhada, desde a confecção do figurino, da cenografia, da programação
visual, da condução das estratégias de marketing, com o
profissionalismo e produção das grandes metrópoles, onde a magia de ir
ao teatro é renovada diariamente.
Aurora,
então, nada mais é do que um jogo teatral, um exercício de improvisação
provinda das festas infantis feitas até hoje pela Cia, uma oportunidade
do ator colocar em prática toda sua essência. Acorda, Aurora! A
Comédia, é um convite ao deleite da comédia, com a categoria de uma
grandiosa produção.
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