“Meu bisavô nasceu em Cachoeira. Foi o primeiro a escrever um código civil do Brasil, isso é herança de Xangô. Tenho orgulho pelas minhas origens”, contou o Cacique do Candeal.
O trabalho conta com a participação de um grupo de samba de roda da cidade e propõe uma mistura de percussão e batidas eletrônicas com uma forte latinidade dançante. “A diversidade musical dialoga com a proposta de romper as barreiras do preconceito, a favor da diversidade sexual”, afirmou Brown, que está no Marrocos e neste domingo (2) participa da Parada LGBT de Madrid, na Espanha.
Mas a defesa da diversidade pelo artista não é coisa nova. Há 20 anos, ele já cantava "A namorada tem namorada". "Eu sofri o pão que o diabo amassou quando defendi a liberdade pela sexualidade. Na verdade, estava defendendo alguém que eu gostava na época, que era uma moça linda, de repente ela me deu um beijo e depois disse que não queria mais porque ela gostava de outra mulher. E o que eu não gostava era do escárnio que faziam com ela por causa disso. Nós éramos adolescentes e ela queria isso, era o desejo dela. Por que eu não posso defender se tenho voz? Eu nasci pra isso", diz ele.
Atualmente, o músico amplia a discussão sobre diversidade e o sentido do orgulho para outras esferas. "Quando estamos falando de orgulho, estamos falando de diversos tipos de orgulho. Que reconquistemos o orgulho pela nossa pátria, pelo nosso irmão, professor, pelo nosso par, seja um dois ou três... porque muitas vezes essa ideia que a pessoa namora com uma só pessoa é mentira. A mensagem é que cada um tenha orgulho da sua vivência, da sua casa, de sua vida seja como ela é. Quando eu falo 'orgulho de nós dois' é porque ninguém faz nada sozinho e muitas vezes eu posso estar com minha namorada, mas posso também estar com meu amigo. É orgulho do que nós podemos construir juntos, pelo que o coletivo constrói. Essa música nova é uma comemoração. É respeito a um movimento que se fortalece".